Relacionamento amoroso: Quando os problemas surgem antes da relação
Já parou para pensar que alguns dos problemas que aparecem durante o relacionamento, na verdade tiveram suas raízes fixadas bem antes de você conhecer a pessoa que agora se relaciona?
Um dos grandes problemas dos relacionamentos de todo tipo é que, a maioria das pessoas chega a idade adulta sem terem a mínima noção dos fatores que participaram na formação da sua personalidade. Não sabem o que interfere nos seus gostos, o que influencia nas suas escolhas ou mesmo do porque de determinados traços que seriam desejáveis de não se ter.
Todas as pessoas nascem em um contexto: social, familiar, histórico, genético... A influência da educação que tiveram desde a infância tem um peso enorme na formação de quem se é. O estilo de personalidade dos pais, as facilidades ou dificuldades durante essa fase, a ordem do nascimento em relação aos irmãos. As crenças e valores familiares. Tudo isso age na constituição de quem se é. E mais, os traumas da infância e as questões não trabalhadas tornam a aparecer durante a relação e mesmo na escolha da parceria afetiva.
Os pais são figuras muito importantes, principalmente quando se pensa na formação da personalidade, pois são referências primeiras do que é ser homem e do que é ser mulher, do que é um homem e do que é uma mulher. O relacionamento dos pais e com os pais, serve de modelo afetivo e de relacionamento durante um bom tempo na vida das pessoas. O tempo de influência é o de se trabalhar as questões que foram marcantes e de se criar um novo referencial. Um referencial próprio, que seja mais atualizado, que transcenda o dos pais, de conformidade com o novo momento que se vive.
Quantas vezes as pessoas levam para a relação os hábitos e as manias dos pais e que foram incorporados desde a infância sem questionamentos, como se fossem os únicos certos de se vivenciarem?
Quantos traços de personalidade são repetidos pelos filhos em seu modo de ser, mesmo aqueles que não se admiram nos pais?
Não é para se fazer uma caçada as bruxas, na figura dos pais e culpá-los de todos os problemas que se vive. É antes, para se compreender que se esses fatores não forem bem trabalhados e elaborados, provavelmente a pessoa encontrará traços de repetição de determinadas dificuldades com a parceria afetiva, independentemente de se trocar de relacionamento.
Os pais são imperfeitos mesmo, mas ainda assim educam os filhos da melhor forma que dão conta. Por um simples motivo: se soubessem fazer melhor, teriam feito. Qualquer um que aprenda uma forma melhor de agir em determinada situação passa a fazer desta forma. Se não mudaram é porque não deram conta. Cada um com suas limitações. Mas é interessante pensar, que cada geração tem a chance de ser melhor do que a anterior.
E ainda mais, a ninguém está vedada a possibilidade de em qualquer tempo superar as feridas e marcas da infância. Aliás, é dever de cada um que busque uma vida mais livre e crie para si algo melhor.